O assunto é recorrente, mas ainda é necessário mencionar da luta contra a discriminação racial no Brasil. Embora a maioria da população do país seja negra, ou de descendentes de negros, casos de injúria racial são registrados frequentemente. Uma triste realidade que é motivo de vergonha para todos nós e que precisar ser transformada urgentemente.

Evidente que casos de discriminação racial não ocorrem apenas em solo brasileiro. Um exemplo triste e marcante foi o regime segregacionista do Apartheid, que assombrou a África do Sul entre 1948 e 1994, e só foi abolido após a eleição de Nelson Mandela como presidente do país, oprimido durante décadas por uma minoria branca. Mandela tornou-se um símbolo mundial de esperança e luta contra o racismo.

Um dos episódios mais tristes do regime de segregação racial na África do Sul, de foi o Massacre de Shaperville, que ocorreu na capital do país, em Johanesburgo, em 21 de março de 1960. Na ocasião, milhares de pessoas protestavam contra a chamada “lei do passe”, norma segregacionista que obrigava os negros a apresentarem um documento para acessarem determinados lugares.

Mas em pleno 2020, infelizmente ainda nos deparamos com casos de racismo pelos quatro cantos do mundo, principalmente em estádios de futebol. Local onde apenas deveria haver alegria e festa, certos “torcedores” proferem ofensas e imitam sons de macacos para jogadores negros. Atitude deplorável, que ainda bem, tem sido combatida pelas autoridades esportivas mundo agora.

Durante o ato, os manifestantes foram atacados por tropas militares pró-apartheid. O resultado do conflito foi a triste contagem de 69 mortos e pelo menos 180 feridos. Um dia para ser lembrado, para que não se repitam mais episódios como este. Desde então, a data foi instituída como Dia Mundial contra a Discriminação Racial, para que a humanidade tenha consciência de que a cor da pele não é condição para comprovar o caráter ou capacidade intelectual de nenhum ser humano.

A discriminação racial deve ser combatida diariamente e denunciada para as autoridades. O artigo 5º da Constituição Brasileira, promulgada em 1988 assegura que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade e à propriedade”.

Ou seja, todos nós devemos ser respeitados. Mas infelizmente o racismo estrutural está presente diariamente em nosso país. Ele se caracteriza por ações discriminatórias contra negros, algumas até feitas involuntariamente, mas que se perpetuam. Você ao perceber a aproximação de um negro na rua já ficou com a sensação de que seria assaltado? Isto é racismo estrutural. De tão comum, é praticado por milhões de pessoas, incentivado por filmes, séries e novelas, nos quais o vilão é na maioria das vezes, negro.

Como combater o racismo institucional

A história mostra que todas as vezes em que a humanidade se viu diante de situações que pareciam que não haveria mudança, o conhecimento mostrou que é possível superar a ignorância. Não há por que acreditar que a capacidade de uma pessoa está condicionada à cor de sua pele. Não há nenhum estudo científico que comprove isso, e o que move ações deste tipo é apenas a falta de respeito e empatia com o próximo.

Para combater o racismo institucional, pequenas atitudes fazem grande diferença. Pare de se referir a amigos e colegas negros por apelidos pejorativos, associando o tom de sua pele a “algo ruim”. Procure conhecer a história de vida daquela pessoa, observe sua conduta profissional. No âmbito corporativo, o racismo tem sido combatido no Brasil, mas ainda há muito para melhorar.

Quem não se recorda das ofensas racistas que a apresentadora Maju Coutinho sofreu nas redes sociais. Todas sem fundamento e que tinham como pano de fundo o preconceito por uma jornalista negra assumir a bancada do Jornal Hoje, um dos telejornais mais tradicionais do país. O que a princípio eram críticas sobre sua capacidade como apresentadora, logo escancaram o preconceito contra uma mulher negra, que se destaca numa área que historicamente foi ocupada por homens, em sua grande maioria brancos.

A diversidade racial no Brasil

O Brasil foi formado através da miscigenação entre os índios, os brancos europeus e os negros. O resultado resulta em influencias não apenas na formação da população, mas na culinária, literatura, arquitetura, entre outras áreas. A contribuição do negro neste processo não pode ser relegada a uma condição subalterna, herança triste do período da escravidão. Estudos mostram que as culturas africanas primitivas eram extremamente avançadas, do cultivo da terra a técnicas de construção de casas.

Pesquise um pouco mais sobre a história do Brasil, você verá que a participação do negro está além do que geralmente é mencionada. Em meio aos maus tratos aos quais eram submetidos, não deixaram de lado a alegria de viver, e os princípios morais de suas tribos, que honravam o caráter, solidariedade, respeito e convivência.

Parece que a diversidade racial só é respeitada no Brasil quando mencionamos o esporte. Afinal de contas, os atletas negros são referência mundial. Nomes como João do Pulo, Robson Caetano no atletismo, Janete no Basquete, e claro, Pelé, no futebol, considerado o atleta do século. São exemplos de vencedores, que seguiram em busca de seus objetivos e seguiram firmes em busca de suas conquistas.

Mas assim como bem nos ensinaram nossos pais, devemos tratar a todos com respeito e educação. O combate contra qualquer tipo de preconceito começa cedo, ainda na infância, explicando para as crianças que a diversidade faz parte do mundo em que vivemos e que cada ser humano é único, e desse modo, deve ser respeitado como tal.

Um negro conduzindo uma palestra?

Quando o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama esteve em São Paulo no ano passado e realizou uma palestra para líderes empresariais, foi ovacionado. Afinal estava ali um homem que deixara recentemente o cargo de estadista mais importante do mundo. Não foi visto ou julgado pela cor de sua pele, mas como um líder e estrategista político, e suas palavras foram ouvidas atentamente pela multidão que disputou avidamente os ingressos disponíveis para a palestra.

E o que Obama e o humorista Jeffinho Faria têm em comum? Ambos são negros e palestrantes motivacionais. Enquanto Obama fala como empresários devem tomar decisões estratégicas, Jeffinho mostra como é possível levar a vida com leveza e bom humor, e que a cegueira não o impediu de buscar seus objetivos. Um exemplo de superação diária, vindo um jovem negro, que superou todas as perspectivas negativas oriundas de uma deficiência física para fazer sucesso na TV e nos palcos.

Jeffinho Farias – Palestrante, Ator, Humorista e Escritor

Jeffinho integra o casting de palestrantes da Converger, que é referência em palestras motivacionais com foco no empreendedorismo de impacto. Além do humorista, a Converger conta com nomes como a especialista em diversidade Luana Genót. Ela é fundadora e diretora do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) e mestre em relações étnico-raciais. Empreendedora de sucesso, ela alcançou o status de LinkedIn Top Voice, na última lista que apresenta a relação das pessoas mais influentes da rede social voltada ao mundo corporativo, publicando conteúdo que abordam a igualdade racial no ambiente de trabalho, entre outros temas focados no combate ao preconceito racial.

Luana Genot – Palestrante, Especialista em Diversidade

São duas histórias de vida que mostram que a luta por oportunidades iguais alcança outro patamar quando se discute igualdade racial. Não são poucos os casos de profissionais negros e negras que têm que provar diariamente sua capacidade. Se ocuparem cargos de chefia então, a luta é diária.

Por conta disso, que a Converger atua para levar a todos os cantos do Brasil, palestras motivacionais de impacto, com foco na diversidade. Neste contexto, palestrantes negros e negras têm um papel fundamental, de combater toda e qualquer forma de preconceito contra o ser humano, afinal de contas somos todos filhos da mesma mãe-terra, e estamos aqui para vivermos em harmonia, respeitando uns aos outros.

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