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Diversidade nas empresas: O que significa e como começar

Sobre:

Promover a diversidade e igualdade nas empresas é um dos principais desafios das corporações. A pauta que já domina diversas esferas da sociedade, ganha cada vez mais força (ainda bem) e vem dominando o mundo corporativo com a mesma intensidade. Por isso, marcas vêm mudando seus posicionamentos em propagandas, empresas adotando novas práticas de contratação com foco nos eixos da inclusão.

Com isso, cresce proporcionalmente a necessidade e intenção em promover ambientes de trabalho com mais espaço para pessoas de diferentes culturas e ideias. Ou seja, diversidade nas empresas passa a ser uma das prioridades do RH de empresas dos mais diversos portes e segmentos.

Grande exemplo em todo o mundo, o Google também pode ser citado aqui em caráter de destaque. Em seu relatório de 2018, a gigante mundial reconhece que apesar dos significativos esforços e algumas pequenas conquistas, ainda estão, de certa forma, distantes de alcançar a diversidade e inclusão almejada.

Isso se deve, principalmente, ao fato de que os funcionários da Google seguem longe de sair do padrão: homens, héteros e brancos, mesmo com certo aumento do número de mulheres, latinas e afro-americanas na empresa.

Assim vemos que é realmente difícil nadar contra a corrente, mas são as nossas práticas constantes e consistentes que fazem total diferença na busca por um mundo inclusivo.

Continue lendo e confira essas dicas que reunimos para conquistar mais diversidade nas empresas.

O que é diversidade nas empresas?

Definido como “qualidade daquilo que é diverso, diferente ou variado”, a palavra diversidade não representa somente um substantivo feminino. Sua definição caminha de mãos dadas com o conceito de “igualdade”.

Falando sobre diversidade nas empresas, devemos destacar que uma equipe com diversidade pode ser entendida como aquela composta por pessoas de diferentes gêneros, etnias, formações, tipos físicos e visões de mundo. A diversidade nas empresas deve ter como objetivo buscar bons candidatos em diferentes lugares, tendo em vista que gênero, etnia, deficiência, sexualidade e nenhum fator não definem competência ou produtividade.  Deve-se promover diversidade nas empresas entendendo seus propósitos, caso contrário, as iniciativas estarão fadadas ao fracasso.

Diversidade nas empresas também significa dinamismo para uma equipe através de culturas, trajetórias e experiências diferentes. Ao contrário do que se pensa, não é priorizar a seleção de determinados grupos, mas sim, selecionar de forma livre de preconceitos.

Importância da diversidade nas empresas

Relacionada principalmente a distintas ideias e percepções, a diversidade nas empresas é capaz de abrir portas para várias possibilidades na solução de problemas e condução de tarefas. Ou seja, é algo extremamente vantajoso para todos os envolvidos: empregador e colaborador.

Assim, investir na diversidade nas empresas traz alguns ganhos diretos: melhor gestão de riscos, abertura de oportunidades para a inovação, bem como aumento da conexão com um público mais amplo e variado, falando em termos socioculturais.

Além disso, como um dos grandes benefícios para as organizações que adotam uma postura mais diversa em sua equipe está o reforço do chamado “employer branding”. Esse conceito relaciona-se com a construção da imagem de uma empresa livre de preconceitos, que abraça as diferenças e tem espaço para todos. 

A diversidade nas empresas ocorre verdadeiramente quando há a crença de que experiências diferentes são capazes de trazer mais riqueza ao ambiente corporativo, contribuindo de maneira significativa para o alcance de maiores resultados. Falamos aqui no desenvolvimento de um clima organizacional mais propício ao crescimento pessoal e profissional dos funcionários.

Exemplos de diversidade nas empresas

Mesmo que em constante debate, a pauta da diversidade ainda não predomina nas organizações como deveria, tendo como termômetro o exemplo que demos aqui da Google. Visando garantir cidadania plena, com condições de pleno desenvolvimento de talentos, considerando a busca por oportunidades iguais e respeito à dignidade de todos e todas, a diversidade nas organizações pode (e deve) atuar de forma mais articulada.

Alguns dos principais eixos a serem abordados quando falamos em diversidade nas empresas envolvem a inclusão de pessoas com deficiência (PCD’s), negros e a população LGBTQ+, que ainda estão em minoria em grande parte das empresas brasileiras. Comprovando isso como exemplo estão os dados apresentados em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional).

Segundo o estudo, 60% dos entrevistados acham que suas empresas não difundem o respeito à população LGBT. Já 30% dizem que mesmo sendo falado no ambiente corporativo, a pauta não recebe a atenção que merece e não é discutida abertamente. E apenas 10% dos entrevistados disseram que suas empresas possuem ações efetivas com esse foco.

Inclusão de PCDs e a Lei de Cotas

Quando o assunto é diversidade nas empresas sempre irá surgir a famosa “Lei de Cotas” como tópico de destaque no assunto. Para esclarecer, a Lei de Cotas exige que as empresas de maior porte tenham um número mínimo de colaboradores com deficiência (PCD’s) no quadro. Esse número varia de 2% a 5% do número total de funcionários.

Na prática, infelizmente, a maior parte das empresas não seguem a lei da forma correta, ou cumprem a cota de forma desrespeitosa com a lei, sem o mínimo de preocupação com o desenvolvimento dos funcionários. Ou pior ainda, fazem seleções antiéticas de pessoas com deficiências específicas, situação quando os recrutadores optam por priorizar a contratação de pessoas com deficiências que exigem menor esforço de adaptação e preparo da empresa.

O objetivo primário da Lei de Cotas é fazer com que as organizações olhem para a contratação de PCDs de forma estratégica e em benefício para seus times, como fazem na hora de admitir pessoas sem deficiência. A Lei de Cotas, apesar de ser uma obrigação deve ser vista como uma excelente oportunidade de construir um ambiente mais diverso e inclusivo.

Diversidade de gênero e sexualidade nas empresas

Conforme destacamos, e é apresentado pela jurisprudência dos tribunais superiores, os direitos das pessoas LGBTQ+ são resguardados por princípios basilares da Constituição Federal, como a dignidade humana e a igualdade. Citamos essa parcela da população assim como as mulheres como duas outras frentes quando o assunto é atribuir mais diversidade nas empresas.

Ainda recebendo menores salários pelas mesmas funções que homens, tendo suas funções e entregas desmerecidas, sofrendo inúmeros casos de assédios e discriminação pautadas apenas no gênero, a pauta feminista junto da identidade de gênero inclui-se como importante nesse contexto e deve ser abordada com a atenção devida.

Isso porque deixar de propiciar um ambiente de respeito a diversidade sexual e identidade de gênero pode custar à empresa ou ao empregador diminuição da produtividade e de engajamento dos colaboradores, além da perda de potenciais talentos. Portanto, cabe ao empregador desenvolver políticas que estimulem o engajamento e promovam respeito acima de tudo a diversidade, em observância da legislação de maneira adequada.

Como implantar a diversidade nas empresas?

1.         Trabalhe em políticas de RH mais inclusivas e focadas em promover diversidade

Como força principal no recrutamento de novos colaboradores para as organizações, o setor de Recursos Humanos, após as lideranças, deve o ser o mais ciente e comprometido com a diversidade. O RH tem como papéis, nesse cenário, desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes estando totalmente imerso nas questões inclusivas, assegurando o respeito pela pessoa e um ambiente mais diverso.

2.         Estruture processos e perfis baseados na diversidade

A maior parte das empresas possui um determinado padrão de colaborador ideal com total fit funcional para atuar em seus quadros. Porém, aqui é importante que estes perfis sejam pautados na diversidade, considerando as competências, habilidades e aspectos necessários para a atuação profissional naquela empresa específica. Porém, considerando e/ou não discriminando as especificidades individuais de cada candidato.

Aplicar uma cultura organizacional com base na diversidade tem como um dos primeiros passos rever processos e perfis considerados “ideais”. Um dos fatores mais urgentes é a estrutura de recrutamento e seleção, prioridade na lista a ser revista para que haja processos mais justos e inclusivos. São ações que demandam tempo e energia significativos, mas são tão necessárias quanto recompensadoras.

3.         Desenvolva ações contínuas, diálogo interno aberto e educação

Continuidade e constância são palavras muito importantes quando se trata de uma mudança na cultura organizacional. Há a possibilidade de manter estruturas fixas que promovam a diversidade, tais como como as políticas internas, os grupos de apoio e os processos seletivos mais inclusivos, por exemplo.

Porém, há algumas outras ações que podem ser realizadas ao longo do ano na empresa buscando propagar a cultura da diversidade e reforçar os valores da empresa. Sejam eventos, treinamentos, palestras, iniciativas externas, recepção de novos funcionários, ações de marketing e outras ações que contando com um bom planejamento podem ter excelentes resultados.

Pode-se pensar em um cronograma de ações por período em prol da diversidade, tendo em vista que a adoção de diversidade nas empresas deve ser encarada, sobretudo como um trabalho educativo. Muitas pessoas precisam entender certos contextos, direitos, leis, aceitar e serem aceitas, para ampliar a sua visão sobre o trabalho e sobre as relações interpessoais.

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