Qual o poder da representatividade? O que significa ter presente em comunidade uma liderança que seja a própria representação da mudança existente ao longo das gerações? Raiz de nossa cultura, os povos indígenas são considerados os verdadeiros descobridores de nosso país, pois, ao chegar em terras brasileiras, Cabral foi “recebido” pelos povos nativos que já habitavam esse lugar muito antes da célebre e oficial descoberta. Esses povos são os pilares de nossa tradição e em muito contribuíram para a formação de nosso povo e cultura, colaborando para a construção daquilo que hoje conhecemos como brasilidade. Vários povos nativos podem ser encontrados, em aldeias espalhadas pelo país, em especial nas regiões norte e nordeste. Há também povos vivendo dentro dos centros urbanos, os chamados, indígenas não-aldeados e seus descendentes. Dentro dessa diversidade, Majur, Indígena da etnia Boe-bororo, nascida na aldeia de Tadarimana (Rondonópolis – MT), hoje morando na aldeia de sua mãe, Apido Paru, onde trabalhou como agente indígena de saúde, desponta, se tornando um exemplo de resistência e preservação da cultura nativa. Nascida e criada na aldeia ancestral, ela carrega consigo a força e a sabedoria de sua cultura, transmitida por gerações. Desde sua tenra idade, Majur reconheceu a importância de proteger as tradições e os valores de sua comunidade, lutando contra a exploração dos recursos naturais e o avanço desenfreado do desenvolvimento que ameaçava seu modo de vida. Ela se tornou uma voz respeitada dentro e fora de sua aldeia, defendendo a conservação de territórios indígenas, promovendo a sustentabilidade e o equilíbrio entre a natureza e o progresso.
Além disso, Majur também se tornou uma defensora incansável da comunidade LGBTQIAP+. Ela reconhece a diversidade de identidades de gênero e orientações sexuais existentes, dentro e fora das comunidades indígenas, e trabalha para combater a discriminação, o preconceito e a violência que afetam também essa comunidade, mas que não é tão debatida. Primeira Cacique trans de sua comunidade, Majur acredita na importância de promover a inclusão, o respeito e a igualdade, e luta para garantir que todos tenham o direito de expressar sua identidade e amar livremente, sem medo de perseguição ou discriminação.
Porque levar Majur ao meu evento?
Com sua coragem e determinação, Majur inspira não apenas seu povo, mas também pessoas de diversas origens e culturas a se unirem em prol da preservação cultural, ambiental e dos direitos humanos. Seu ativismo abrangente e sua voz ressoam como um chamado à ação, lembrando a todos nós sobre a importância de proteger e valorizar a diversidade, tanto cultural quanto de identidade, para construir um mundo mais inclusivo e sustentável. Para amplificar sua voz e as temáticas por ela abordadas a favor de sua comunidade, se utilizou de veículos que pudessem fazer a sua missão conhecida.
Já trabalhou com cineastas e antropólogos barae-doge (brancos) com interesse em ajudar sua comunidade na relação com instituições públicas e privadas. Desenvolveu trabalhos de captação de recursos para a área sanitária, de energia elétrica e durante a pandemia levantou arrecadações de cestas básicas com a central única das favelas (CUFA). É fundadora da organização indígena Coletivo Majur e candidata a àupar a cadeira no fórum Municipal da Juventude. Sua vida foi retratada no filme “Majur” do diretor Rafael Irineu, em 2018. Já viu? Deveria ver!
Por esses e outros motivos, levar aos seus ouvintes a oportunidade de ouvir Majur é preparar uma comunidade para o presente e desmistificar tabus existentes em uma sociedade, que, embora não viva mais em tempos antigos, insiste em reproduzir antigas crenças graças à desinformação. Promova diversidade e movimente a sua comunidade! Combata o preconceito e traga resultados positivos.
Seja #representatividade!